A principal característica do cepticismo moral do homossexual David Hume foi o de se agarrar a excepções para definir o geral. Ou, por outras palavras, Hume dedica o seu interesse às excepções, outorgando-lhes um valor tão fundamental quanto ao conjunto de casos ordinários.
Ficou célebre o exemplo que David Hume deu do pai que não sente espontaneamente amor pelos seus filhos e que, segundo Hume, esse pai censurava-se a si mesmo por esse facto; e por receio de sair da normalidade, esse pai obrigava-se a esse amor que não tinha, fingindo que o tinha. A partir desta clara excepção à regra, David Hume generaliza: conclui ele que a moral não surge senão mediante o equivalente a “sentimentos supostos naturais”. Ou, melhor dizendo: a excepção, segundo o homossexual David Hume, passou a ser a regra geral.
Hoje vivemos no tempo do esplendor do cepticismo de Hume: as excepções ditam a regra. E, muitas vezes de modo inconsciente, toda a gente pretende ser a excepção que dita a regra. Perdeu-se a noção de juízo universal. Em nome das excepções, sacrifica-se a regra da maioria. David Hume foi o campeão das ditaduras das minorias que surgem agora, no século XXI, com todo o seu potencial totalitário.
Os novos totalitarismos que se anunciam serão diferentes dos do século XX: não serão totalitarismos de maiorias, mas em vez disso, de minorias. Serão as excepções à regra que farão a regra da maioria à força do controlo policial orwelliano.